segunda-feira, 22 de abril de 2013

Aquela redação que eu fiz na aula.

Oi gatinhos e gatinhas.
Um dia, lá no curso, a professora me pediu pra fazer uma redação. Porém, ela disse que o texto deveria conter as seguintes palavras:
bagunça - correria - agonia - misto de alegria e tristeza - carro - música - liberdade - Será? - sonhos - inquietações - dúvidas - emoções - dormir - trabalhar - resolver - sorrir - decidir - lembranças - contas - impaciência - animais - ilusão - cansaço - amor - andar - casa - pensamentos - dançando - sol - amigos - dinheiro - abraços - correr - prazer - surpresa - gargalhadas - segredo - emoção - mistério.
Parece simples, parece até que sozinhas essas palavras já formam um texto. Mas eu tive um pouco de dificuldade na hora de juntar num texto só e colocar um sentido nisso tudo. Até porque, a professora pediu que, de preferência, as palavras fossem usadas na ordem. (socorro) Então segue a minha redação:

A vida vai...


 Hoje acordei e a casa estava aquela bagunça. Procurei entre todos os copos, talheres e pratos as respostas para as perguntas que minha mente insistia em fazer: O que diabos havia acontecido na noite anterior?
   Olhei então para o cartão delicadamente colocado em minha cama, onde lia-se:

"Esta foi a melhor noite da minha vida! Talvez você não se lembre ao acordar (a diversão também traz efeitos colaterais!), mas as minhas lembranças eu levarei comigo pela eternidade. É incrível como umas poucas horas de liberdade nos fazem esquecer completamente a nossa dor. Não tenha dúvidas, esta noite entrará para a história!
Beijos,
Mel."

   Mel sempre foi minha amiga, desde a infância. Recentemente havia descoberto um tipo raro de câncer no cérebro, algo com o qual ela convivia dolorosamente desde então. Apesar disso, era nela que eu encontrava força sempre, pois naquelas gargalhadas e abraços havia a determinação de alguém que não queria o fim. Eu notava um misto de alegria e tristeza em seu olhar, algo nada fácil de perceber, pois sua doença era mantida em segredo.
   Guardei comigo o cartão e fui checar as horas no celular. Fiquei surpresa com a quantidade de mensagens recebidas, porém, mais surpresa eu fiquei quando descobri do que se tratava: Mel havia morrido num acidente de carro ao sair da minha casa após a festa.
   Por uns instantes fiquei sem ação. Eu sabia que isso aconteceria um dia, mas não esperava que fosse assim. Lembrei então das expectativas de Mel, seus sonhos, suas inquietações, planos... Será que em seus pensamentos, ela tinha as mesmas preocupações que eu? Será que também pensava em contas a pagar, em seus animais de estimação, em tudo o que tinha para resolver e decidir? Será que tinha preocupações banais como o dinheiro? Será?
   Fiquei imaginando sua felicidade ao escrever para mim o último cartão que escreveria em sua vida e me vieram tantas emoções... No ritmo acelerado da vida atual, Mel não pensava em correr, não lidava com as pessoas com impaciência. Mesmo na agonia da doença, ela ainda saía dançando com os amigos. O cansaço do tratamento não tirava sua disposição de andar por aí, ela não queria dormir, sentia prazer ao ver as pessoas ao redor dela felizes. E mesmo quando ia trabalhar, lá estava um belo sorriso estampado no rosto. A vida é um mistério e a morte também, mas quase posso ver Mel no paraíso, curtindo sua música favorita, sem ilusão ou medo. E sei que, de lá, ela olhará para mim com amor.


E essa foi a redação que eu fiz. Por mais que eu contasse as palavras, parecia que não iam acabar nunca! Tive que tirar algumas palavras da ordem e provavelmente faltou alguma palavra também, mas acho que a professora não deve ter notado (ou se notou, não falou nada, hahaha). Achei bem bacana pra exercitar a mente. Alguém aí topa o desafio de tentar fazer? Se alguém topar, me manda o link da postagem (ou o texto, pra quem não tiver blog) que eu quero ler. ;)

Beijocas, miau!


domingo, 7 de abril de 2013

Que Deus me tenha.





Não aguentava mais ser o culpado nessa vida vadia
Tudo de errado era eu
E já que o mundo andava nessa melodia
Decidi terminar de estragar o que era meu.

Naquele dia entrei em casa feito tempestade
Chutei o que ficou no meu caminho
Olhei na mesa o texto escrito pela metade
Tinha que terminar isso sozinho.

Olhei pro lado, um copo sujo de batom
Alguma coisa em mim fervia
Liguei o rádio, ecoava o som
Lembrei o quanto a minha casa era vazia

Então sentei pra escrever a despedida
Uma lágrima caiu
Dei adeus a tudo o que tive na vida
E meu coração se partiu.

Que ninguém se preocupe comigo
Eu vou ficar muito bem
Ela se foi, esse é o maior castigo
Mas hoje eu morro também.

Já parou pra pensar em como seria se você tivesse que escrever hoje as suas últimas palavras? O que você escreveria? Suas palavras seriam destinadas a quem?

Trilha sonora:



Beijocas, miau.