domingo, 7 de abril de 2013

Que Deus me tenha.





Não aguentava mais ser o culpado nessa vida vadia
Tudo de errado era eu
E já que o mundo andava nessa melodia
Decidi terminar de estragar o que era meu.

Naquele dia entrei em casa feito tempestade
Chutei o que ficou no meu caminho
Olhei na mesa o texto escrito pela metade
Tinha que terminar isso sozinho.

Olhei pro lado, um copo sujo de batom
Alguma coisa em mim fervia
Liguei o rádio, ecoava o som
Lembrei o quanto a minha casa era vazia

Então sentei pra escrever a despedida
Uma lágrima caiu
Dei adeus a tudo o que tive na vida
E meu coração se partiu.

Que ninguém se preocupe comigo
Eu vou ficar muito bem
Ela se foi, esse é o maior castigo
Mas hoje eu morro também.

Já parou pra pensar em como seria se você tivesse que escrever hoje as suas últimas palavras? O que você escreveria? Suas palavras seriam destinadas a quem?

Trilha sonora:



Beijocas, miau.

12 comentários:

  1. Como uma Defunta (ahah!) vejo que não teme escrever acerca da morte. Eu escrevi para comemorar o aniversário do blogue, eu e Joicy, e acabou que muitos acharam estranho, contanto, se encorajaram, escreveram posts para a BC ou sentiram-se à vontade para usar a caixa de comentários para falar desta personagem que-não-se-pode-nomear.
    E pelo que entendi deste poema, não é da morte física que se refere, mas a morte da separação, do afastamento, da morte de pessoas que continuarão vivas.
    Admiro quem sabe poetizar.
    Parabéns pelo poema.

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    1. Oi Chris!
      Não tenho medo de escrever sobre a morte (dizem as más línguas que em todo texto eu mato alguém hauiahhauihuai =P), tem gente que se sente desconfortável quando fala/ouve sobre ela.
      Eu acredito que o medo maior não é da morte em si, mas da dor que vem antes dela e da incerteza que vem depois. Pessoas temem o que não podem controlar.
      Existem várias maneiras de morrer para alguém, talvez uma das mais dolorosas seja simplesmente se afastar. Fazer morrer algo que se construiu junto e continuar bem vivo pra ver os destroços.
      Muita sensibilidade sua ter essa percepção. ;)

      Obrigada, coisa fofa. :*

      Beijocas!

      Defunta .

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  2. Temos que ser assim mesmo... encarar de frente a morte assim como encaramos a VIDA. As duas fazem parte da nossa jornada! Muito profundo!
    Abraços

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    1. Oi Malu!
      É preciso encará-la com naturalidade, assim como encaramos o nosso futuro, por mais que a gente não saiba o que ele nos reserva.

      Obrigada! ^^

      Beijocas!

      Ismália .

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  3. Adoro textos com essa temática, Lalinha! E esse me deixou sem fôlego do início ao fim. :*

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    1. Oi Larinha!

      *-----*

      Obrigada, boneca!

      Beijocas!

      Ismália .

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  4. Muito massa essa imagem com o texto... Ficou perfect...
    Abraço!

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    1. Oi Arisson, seja bem vindo ao Ninho de Gato!

      Muito obrigada! :D

      Beijocas.

      Ismália .

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  5. Gosto das possibilidades de interpretações que você oferece a quem lê. Esta tua poesia me passa uma sensação de coragem. Determinação a fazer aquilo que estava de lado, escondido num canto. E por estar tão bem escondido, feria sem cerimônia tudo que é nosso.
    O maior castigo é a angústia de quem se foi e poderia ter ficado. "Vamos embora também", eu penso. Pra ver se ao menos a bênção do esquecimento nos passa a mão pela cabeça, fazendo esquecer toda a dor. Mas pra onde? É aí que vem a conclusão: Expulsa a dor do teu coração, pequena, e vá vivendo um dia de cada vez. Quem precisa ir embora é a dor, não quem somos de verdade.

    Aliás, sempre penso nas minhas últimas palavras.

    Se cuida ♡

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    1. Oi Lunar!
      É bom te ver por aqui. E hoje foi ainda melhor porque eu estava precisando ler algo exatamente como o que você escreveu.

      Muito obrigada.

      Beijocas!

      Ismália .

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    2. É nessas horas que é como se eu ouvisse uma voz na minha cabeça... "'Tás vendo, bocó, é por isso que não deves te calar!". É velha aquela história do poder que temos em nossas palavras. Mas é verdadeira. Ela pode ferir muito, mesmo sem percebermos. Mas também funciona como uma bálsamo pra alma. Como se fosse o conforto de um abraço quando precisamos desesperadamente de um. Te confesso que me emocionei quando li que você precisava ler algo do tipo que te escrevi, de coração. É bom saber que as coisas não acontecem por acaso.

      Mesmo que eu demore um tantinho, sempre voltarei aqui!

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    3. Eu estava meio mal, mas quando li foi realmente algo que me tocou.
      Fico feliz por ter amigos tão amáveis comigo sempre. *-*

      Obrigada mesmo <3

      Ismália .

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Olá filhotinhos! Esse ninho não é só meu, são vocês é que fazem dele um lugar agradável e divertido. Podem miar à vontade! Ah, comentou aqui, respondo aqui! Beijões! Miauuuuu!